EXISTE ALGO DE PODRE NO
ENSINO SUPERIOR EM ANÁPOLIS
Colegas mestres e alunos, durante
muitos anos o mercado de trabalho, em Anápolis, para professores
universitários, estava restrito a uma
faculdade privada e uma pública. Durante anos os trabalhadores em educação,
assim como alunos, acabavam se deslocando para Goiânia e Brasília para
trabalhar no ensino superior.
Anápolis se desenvolveu e hoje é
conhecido com um polo universitário de respeito no cenário nacional. Centenas
de vagas, para as novas instituições de ensino, foram criadas e cada vez mais,
exigi-se qualificação para os professores que, através de investimentos
pesados, busca avançar em seus conhecimentos e satisfazer as expectativas dos
novos grupos educacionais que se instalaram em nossa cidade.
Nos últimos anos as IES que aqui
chegaram, passaram a desprezar todo investimento feito pelos professores
iniciando uma onda de demissões daqueles que tanto lutam para satisfazer o
mercado e suas necessidades. São mestres e doutores que foram demitidos sem
justa causa, após serem utilizados para o reconhecimento de cursos ou tiveram redução de carga horária o que
levou, como consequência, a redução de seus vencimentos.
O que levou essas IES a tomarem essa
atitude?
Qual interesse por detrás dessas
demissões?
A quem interessa a redução no quadro
de professores dessas IES?
Com certeza a cidade de Anápolis
sabe a resposta a todas as perguntas feitas. A educação superior , assim como toda
educação privada, passou a ser vista como mercadoria e o objetivo final é o lucro, não importando as
consequências futuras paras os filhos de nossa cidade e de todo estado. Essas
IES desprezam o profissional da educação fechando postos de trabalho e levando
professores a abandonarem a profissão.
Aqueles que, ainda não foram
demitidos, sofrem de assedio moral, pressionados a desenvolverem suas
atividades em salas superlotadas que chegam a ter mais de 150 alunos. Salas
que, na maioria das vezes, não tem estrutura que permita o bom desempenho do
professor e a melhoria do aprendizado dos estudantes que ali buscam
conhecimento.
Salas apertadas sem ventilação com
material de apoio de baixa qualidade, diminuem
a atenção dos alunos e levam o
professor a exaustão plena o que compromete o desenvolvimento do seu trabalho e
de sua saúde.
Ao transformar a educação em
mercadoria e alunos em clientes, as IES acabam esquecendo o ser humano e da
importância da educação para esses jovens enquanto futuro, enquanto cidadãos.
Somente a Anhanguera Educacional, IES
que adquiriu a Faculdade Latino Americana, demitiu nos últimos dois anos mais
de 200 professores e nos últimos meses mais de 50 professores com o título de
mestre. Essa instituição traz em sua pratica educacional a desvalorização do
professor, ignorando sua importância e seu papel de destaque na formação dos
alunos.
Péssimas condições de trabalho,
baixos salários e a falta de incentivo para o desenvolvimento da profissão é o
retrato triste da educação em nossa cidade e região. Professores a beira de um
ataque de nervos que estão mudando de profissão ou tendo que enfrentar essa
situação para não perder seu emprego. Professores que continuam a ganhar como
especialistas, mesmo tendo terminado o mestrado, com medo de serem demitidos.
Agora somos nós do SINPROR que perguntamos:
educação é mercadoria?
Chegou a hora de darmos um basta
nessa situação chamando a todos pra enfrentarmos aqueles que só pensam no
lucro. Professores e alunos juntos para dizer NÃO a todas as IES que acham que
educação é sinônimo de riqueza. Vamos luta, em nome de um futuro melhor e do
respeito aquele sempre ajudou no desenvolvimento do nosso país.